Como somos

Eu sinto as tais borboletas. Elas dançam na minha barriga, como se o seu maior desejo fosse voar rapidamente dali para fora. Fazem cócegas e, para dizer a verdade, deixam-me um pouco inquieta. Todo este alvoroço em mim alojado enquanto as pernas me tremem que nem varas verdes. Eis, então, que surge aquela gradual e, ao mesmo tempo, tão estranha arritmia. Tento esconder a gaguez. Arrepios percorrem-me o corpo quase que subitamente. Soltam-se sorrisos tão sinceros e tão tolos, que, por serem tão espontâneos, me chego a questionar acerca da minha expressão - parva, provavelmente - naquele momento. Mil pensamentos tomam conta da minha mente sem sequer ter tempo de os poder analisar. Acaricio-te o rosto. Envolves-me num abraço e afagas-me a cabeça, enquanto passas a mão pelo meu cabelo. Beijas-me a testa ao de leve. Olhas-me nos olhos, e ali permanecemos nós - parados no tempo. Dizes que me adoras. Tu sabes que eu sou tua. Só não me tomes por garantida.

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