Não é suposto

Ficou tudo do avesso de um momento para o outro e eu só desejo que isto tudo não passe de um pesadelo, do qual acordo e tudo está bem de novo. Sinto que sou uma desilusão para aqueles de quem mais gosto e não há dor pior que essa, para ser sincera. Quero voltar a estar bem. Se admiro a rapidez com que o meu mundo se desmorona e nem noto... então sofro calada para não perturbar ninguém.

Haverá pior represália do que destruirmo-nos a nós próprios? Aquela dor que arde no peito e que teima em transbordar pelos olhos, mesmo que não queiramos. É algo que não consigo controlar; é culpa, é sufoco... e eu sou tão frágil - embora nem sempre me dê conta disso. Quero ser forte mesmo quando não dá, mas há que ceder mesmo que custe, mesmo que a situação não tenha sido propositada. A partir do momento em que manter o orgulho implica perder tudo aquilo que sempre quiseste e que, para todos os efeitos, tens... há que cessar; há que deixar esse orgulho para trás - foi o que fiz.

Tenho vindo a engolir muitos sapos (e no que toca ao coração, parece-me que ainda vou ter de engolir muitos mais). Eu luto, eu juro que sim. Enquanto houver esperança, eu vou. Mas as palavras também magoam. E, muitas das vezes, tanto ou mais que qualquer outra coisa. Ainda assim, estou aqui, de pé, com tudo o que tenho e até com o que não tenho, à espera que esta fase passe - se é que vai passar. Não quero nem imaginar possíveis desfeches para esta situação. Dói demais. E dói porque eu amo, mas quem ama também se magoa.

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