Serei? Terei?

"Ainda tens muito que crescer!". "Cresce e aparece!". "O saber leva tempo a crescer!". Mas afinal... o que é crescer? Será que eu cresci? Não em termos de tamanho, claro; até porque a julgar pelo meu mísero metro e meio, penso que a resposta é óbvia. Refiro-me, pois, em termos de interior. Será que o meu ego cresceu? Será que eu cresci "por dentro"?
Por vezes, sinto que parei no tempo, como se tivesse simplesmente estagnado. Olho para trás e ali estou eu: imóvel, petrificada. Pergunto-me "que fiz eu para poder dizer que cresci?". De facto, não encontro resposta que me valha. Se bem que esta questão assemelha-se bastante a outra que, de um tanto a quando, me inquieta: a minha existência. "Por que é que existo?". "Para que é que nasci?". "Para que vivo?". Não obtenho respostas; porém, constato que sou um núcleo de enigmas, todos sobrepostos uns aos outros, sem resolução nem pistas. Enigmas esses que se multiplicam, dia após dia, e surgem por meio de perguntas; também elas sem resposta. Vou-as guardando no pensamento.
Sou cheia de icógnitas, desde a mais ínfima partícula da minha pele até ao mais profundo pedaço da minha alma. (Alma?!)
De quando a quando, lá bem no fundo do meu pequeno coração de manteiga, sinto-me triste. Angustiada. Incompreendida. Bem, mas que exigência a minha! Afinal, como poderia alguém entender-me, se nem eu própria o sei fazer? Ironias da vida... esperamos compreensão quando, muitas das vezes, nem sequer a sabemos demonstrar - não no meu caso. Aliás, penso que mostrar compreensão é das melhores coisas que sei fazer, para minha fortuna - mas compreender-me... talvez noutra altura.

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