Precisamos de amor!

De que serve a beleza, quando o mais importante não está "lá"?
Amor não vive de aparências; digam aquilo que disserem. Já me deparei com vários exemplos disso mesmo, ao longo dos meus puros e meros dezasseis anos. Exemplos esses que me levaram a crer em algo mais para além daquilo que se vê. Sim, porque nós, seres-humanos racionais e (supostamente) conscientes, temos a capacidade de ver bem mais além daquilo que a nossa visão consegue alcançar; nós também vemos com o coração.
Amor não vive de exterior; pelo menos não totalmente. Ora pensemos: de que nos irão valer uns bons abdominais se, quando formos mais velhos, estes se irão converter em rugas e flacidez? De que nos servirão os cabelos longos e pintados das mais diferentes maneiras possíveis, se eles ficarão brancos? O que é que vai justificar os quilos de maquilhagem, as roupas justas e as dietas, se a idade falará por si no que diz respeito a tudo isso? De nada. Mas o que é certo, é que hoje em dia aquilo que realmente importa parece ser o exterior, a aparência, a "capa", por assim dizer. Esquecemo-nos do conteúdo, quase como se o puséssemos de parte por ser algo inferior - que não é - e menosprezamo-lo sem razão, tudo por culpa desta sociedade decadente em que coabitamos. "Olho por olho, dente por dente", passamos por cima uns dos outros sem ligar a quaisquer meios, só porque a vontade de atingir determinado fim (que, muitas das vezes, não passa de um mero capricho) se sobrepõe aos nossos valores. E por falar em valor... revolta-me que hoje em dia valorizemos mais os bens materiais e o "luxo" aparente em detrimento do interior das pessoas, da sua verdadeira maneira de ser, agir, pensar, estar; ignoramos a sua verdadeira essência, por assim dizer. Estarei errada quando digo que caminhamos cada vez mais retrogadamente ao invés de avançarmos? Será que a nossa "meta" é o fundo?! Dou por mim estática, praticamente vidrada num ponto sem o mínimo interesse a pensar nestas questões e algumas mais. Porém, não obtenho qualquer resposta. Isso entristece-me.
Caio na real. Observo o panorama que me envolve e que me embala os pensamentos, confusos e inseguros, por sinal, na ânsia insatisfeita de me autoconfortar com esta realidade decadente, gélida e tão indiferente no que toca a nutrir qualquer tipo de sentimento para com o outro. Precisamos de compaixão. Precisamos de olhos que observam e que não se cinjam apenas a ver. Precisamos de sensibilidade. Precisamos de humildade. Precisamos de mudar de ideiais, de mudar os outros e, consequentemente, a nós próprios. Mas, acima de tudo, precisamos de amor. De um amor quase-cego, quase-surdo, mas nunca mudo. Porque amor...
...amor é tudo aquilo que nós temos e, muitas das vezes, nem sabemos.

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